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Unknown Track - Unknown Artist
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É aqui que muita coisa se explica...

Ainda não estava nos meus planos  matar exatamente aquele homem. Só sabia que naquela noite eu teria que matar alguém. Fazia exatamente um mês desde que tirara mais um demônio da terra. E, para falar a verdade, algo dentro de mim queria ver sangue. Sim, eu precisava limpar a terra, mas ainda não sabia quem seria o próximo imundo a morrer.

Quando eu o avistei, ele estava indo trabalhar. Não era possível… tão parecido com Daniel, meu pai, a quem eu matara há um mês...

Comecei a segui-lo. Ele ficou assustado e entrou em uma rua sem saída. Cheguei perto dele e disse:

–- Boa noite, senhor! Onde vai com tanta pressa?

–- Boa noite.

Naquele momento, uma enxurrada de lembranças brotou em minha mente… O único garoto por quem me permiti sentir algum afeto. Sim, era Klaus mesmo. Seus cabelos pretos e olhos inquietos eram inconfundíveis.

–- Peraí… eu me lembro de você… Você se lembra de mim ? –- disse calmamente.

–- Porque eu tenho que me lembrar de você? –- indagou, assustado.

–- Porque já fomos ‘’íntimos’’, será por isso? –- sorri macabramente.

–- Ah, lembrei… Já te avisei para ficar longe de mim, Elena! –- exclamou, incomodado  

–- Jura? Queridinho…

–- Estou vendo que você mudou muito...

–- Você acha?

–- E você viu também o machado que está na minha mão?

–- Para que esse machado? perguntou, indiferente.

–- Para te matar.

–- Por que você vai me matar?

–- Porque eu tenho sede de vingança?

–- Por que sede de vingança? Quer se vingar de quê? Você é louca?

–- Então você não se lembra, Klaus? Porque você me traiu com minha melhor amiga de escola, a Vitoria, aquela menininha metida, de família perfeita.

–- Elena, acorde de seu pesadelo... Vitoria agora é minha mulher e nós nos amamos muito.

–- Isso não me interessa.

"Nós nos amamos"… aquela frase despertou toda maldade que eu não cometia há um mês. "Amamos"… que palavra idiota. Klaus não iria escapar.

Antes que ele pudesse pensar em alguma coisa, desferi um golpe de machado no peito dele, e depois com uma de suas extremidades, escrevi em seu  peito a minha assinatura: a sigla E.

Terminei meu trabalho e fui embora. Depois de ver o sangue escorrendo pelo chão e minha inicial em seu peito, foi como se um demônio tivesse adormecido… Agora eu também posso descansar, mas não por muito tempo.

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