HIPERCONTOS
DIGITAIS
Raimundo se assustou com a oferta de Joaquina.
– Oh, não, muito obrigado, Dona Joaquina. Agradeço muito pela oferta, mas dispenso.
– Ok, já que o senhor não quis aceitar minha oferta, então por favor, se retire de minha casa pois, este seu cheiro está me dando dor de cabeça!
– Como assim?! Quem a senhora pensa que é para me expulsar desta residência?!
– Saia daqui, agora! Não me obrigue a ligar para a polícia!
– Ligue para a polícia, ligue! Não estou nem aí, pode ligar! Eu te dou o telefone, você quer?
– O que você quer de mim?! Pelo amor de Deus, vá embora!
– Quer saber a verdade?... A senhora sempre teve de tudo e sempre tratou todos muito mal! Eu?! Nunca tive nada e sempre tratei todos muito bem, até ver a senhora maltratar pobres crianças, que estavam apenas se divertindo, e achei que a senhora merecia uma lição!
Naquele momento, Joaquina já estava branca feito um fantasma; estava com medo do que aquele “pobre coitado”, que queria "apenas" se vingar de Joaquina por ela tratar tão mal as pobres crianças, poderia fazer.
– Olha, meu Deus, eu lhe dou minha casa, meu dinheiro, sumo de sua vida, desapareço deste bairro, mas pelo amor de Deus, me deixe ir embora!
– CALADA! NÃO ENVOLVA DEUS NESTA HISTÓRIA! NÃO ENTENDO COMO ELE PODE TER MANDADO PARA A TERRA UM SER TÃO MEDÍOCRE, ARROGANTE E SEM AMOR NO CORAÇÃO!
Joaquina, com os olhos cheios de água, temia pela sua vida, certamente, sem saber que o pior ainda estava por vir!
– JÁ CHEGA! – gritou Raimundo, e, logo em seguida, pegou Joaquina pelos cabelos e começou a espancá-la.
– SOLTE-ME, POR FAVOR, EU LHE IMPLORO RAIMUNDO! – gritou Joaquina, mas ele parecia estar surdo.
Pouco tempo depois, Raimundo percebeu que Dona Joaquina tinha se calado. Ele havia matado a senhora carente, que queria apenas tomar um simples banho ao lado de Raimundo.
Pobre Joaquina, as últimas coisas que viu em vida, foram as mãos daquele homem lhe sufocando, e os olhos do mesmo, já vermelhos, tomados por raiva e o doce sabor da vingança.
Final escrito por: Maria Paula Reis